Sabe o que é mais engraçado? Passamos um ano inteiro planejando uma viagem maravilhosa com a familia. Fizemos roteiro, tiramos passaporte para as crianças, enfrentamos filas e filas no Brasil...
Tanto eu como meu marido temos vários empregos, pois além dos nossos trabalhos, também damos aula em várias faculdades, ou seja, somos uns loucos.
Mas enfim, tudo pronto para a viagem!
Começou então a segunda etapa: a convivencia real com as crianças... Porque afinal, parecia claro que nossos filhos eram monitorados por "controle remoto", passando a maior parte do dia com empregada ...
Agora teríamos que estar 24 horas por dia com eles. Que tal?(rs)
Equalizar roteiro da viagem, filhos e marido... Ah isso seria coisa de filme de terror...
E para melhorar a situação, como bons professores, tiraríamos férias quando? Sim! Em dezembro. Férias escolares!! Que beleza!
Ninguém estaria viajando nessa época não? Ou seja, tudo lotado. Mas o melhor ainda estaria por vir: NEVE!
Pois bem, resolvemos fazer Europa com as crianças (meu Deus, prendam esses loucos!).
Começamos por Amsterdam...
O lugar é maravilhoso, lindo mesmo! Tenho uma grande amiga que vive lá há pelo menos 10 anos. Ela tem um filho... Nossa ida foi fantástica!
Apesar de estarmos com as crianças, chegamos até a visitar o Red Light District, afinal de contas é um bairro e Amsterdam é pequena demais... se é que me entendem...
Para quem mora no Brasil e conhece a Major Sertório, Arouche, Av. Indianópolis, etc., notamos que aquela mulherada em vitrines se comportam bem demais. Acho até que elas precisam de um treinamento intensivo com as nossas... hehe
Mas aí aconteceu o que para as crianças foi o melhor: começou a nevar! O ínicio da neve chegou a ser bucólico... ela caia gentilmente, macia, branquinha... deu até vontade de chorar.
No dia seguinte iríamos para Lisboa.
O inverno é ótimo para se dormir. Dormimos como pedra.
Acordamos preguiçosamente, com 30 cm de neve na porta... as crianças acordaram e foram brincar na neve. O Ivan e eu, como não conhecíamos os impedimentos que estariam por vir, achamos ótimo. Mas com o passar das horas a pergunta mágica não quis calar: Como chegar ao aeroporto?
Ligávamos para o Schiphol e ninguém atendia. Ligávamos para KLM e nada. Queridos, o Ratinho e o Datena morreriam de inveja... a matéria estava lá e nenhum repórter local conseguia chegar... aff!
Ligamos para um taxi. Depois de muita insistência, um deles resolveu nos atender, mas após as 12hs, e nosso vôo estava marcado para 13.
Nessa situação, o negócio foi relaxar... você consegue? Eu não.
Chegamos ao aeroporto por volta das 15hs.
Fomos procurar alguém para nos ajudar. Ninguém. A única fonte de pesquisa, acreditem: facebook ou twitter.
Seria comico se não fosse tão tragico.
Estavamos em um país que não conhecíamos, com duas crianças, quatro malas e sem contato com ninguém.
Ficamos perdidos por cerca de duas horas. Aí encontrei uma fila. Isso parece familiar? Não tive dúvidas - entrei.
Lá estava eu, desesperada conversando com as pessoas da fila. Na minha frente um catalão, atrás um chines londrino, comigo meu marido. Então olha só: conversa em inglês com o chino, em castelhano com o catalão e em português com meu marido.
Quem me conhece sabe que tenho um lado Magda de ser... Magda do antigo "sai de baixo". O tico e o teco iriam fundir. Não deu outra - já estava eu falando em castelhano com o chino, em portugues com o catalão em em inglês com meu marido...
Bom, a KLM é uma empresa estatal. E agora, julho de 2011, depois de ter ficado presa em Buenos Aires por conta das cinzas do vulcão, acho que o posicionamento dela foi ótimo ...
Mas voltando à Schipol, por volta das 23hs, os funcionários da KLM, informavam na fila, que devíamos ir embora, pois eles estavam fechando e só retornariam dia seguinte, por volta das 6h.
E agora?
Queridos, não sei o quer fariam naquela situação, eu não arredei o pé. Fiquei na verdade P da vida. O Ivan foi o mais calminho... rsrs
Dormimos naquela fila. Eu, Ivan, Felipe e Hadue. Com um olho aberto e outro fechado.
Bom, na verdade, dormi até o Ivan dormir... o restante da fila também.
No dia seguinte, muitas pessoas tentavam furar a fila (aquele povo fino, primeiro mundo, pode?) mas quem tem um marido como o meu, não precisa se preocupar com nada. (rsrsrsr)
Chegamos em nosso destino por volta das 13hs.
Atrasamos nossa viagem em um dia, mas essa etapa nos uniu para sempre.
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